25 de dezembro de 2018 – Solenidade do Natal do Senhor

O Advento que temos vivido, foi uma preparação para este solene acontecimento que estamos a celebra, prometido há séculos, anunciado pelos profetas, chegou a noite em que Deus se fez Homem, encarnou, se fez menino para nos resgatar, através do amor infinito que o levou até ao Calvário, para depois ressuscitar, e nos esperar pela eternidade fora.
Conta-nos S. Lucas que, naqueles dias, saira um decreto para recenseamento de toda a terra. Cada um tinha por tanto de ir à cidade a que pertencia para cumprir o édito romano.
Por isso, São José teve de deixar a sua casa e ir à cidade de Belém cumprir a lei.
Como Nossa Senhora estava para ser mãe e não a quis deixar, lá foram os dois por caminhos difíceis, até Belém.
A viagem era dura para qualquer pessoa, muito mais para Nossa Senhora, já no fim da sua gravidez. A afluência de gente naquelas terras por onde passavam e muito mais na cidade a que se dirigiam, era grande. Não encontraram pousada em parte alguma. Procuraram… mas ninguém os recebeu. Procuraram então uma gruta discreta… e aí nasceu o Menino. A Senhora envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura.
E com esta simplicidade nos é revelado o maior acontecimento da história.
Deus feito homem assumiu a nossa humanidade para nos resgatar e veio, no silêncio profundo do anonimato, entregar-se aos homens. Escolheu um ambiente de extrema pobreza. Fez-se Menino para vencer todas as barreiras, e naquela pobreza, nos chama.
Quem não sente a força e a doçura de um bebe que na sua fragilidade se entrega, confia?
E foi assim que Deus se quis apresentar a toda a humanidade, logo a pedir amor, confiança, varrendo para longe o medo e a indiferença.
Naquela região, naquela noite, pastores guardavam os seus rebanhos.
Apareceu-lhes um Anjo, a glória de Deus cercou-os de luz. Tiveram medo, mas logo o Anjo lhes disse: não tenhais medo: Alegrai-vos: Nasceu o Messias. Trago-vos uma imensa alegria para todo o povo. Nasceu o Messias há tanto tempo esperado. Hoje, na cidade de David, nasceu o Salvador. Ide e achareis um Menino envolto em panos, deitado numa manjedoura. Alegrai-vos …
Uma multidão de anjos juntou-se ao Anjo e cantava: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados.
O hino dos anjos aproxima o que até agora estivera separado.
A fonte de unidade é o nascimento de Cristo. É a revelação da sua misericórdia. Só uma vida vivida no amor pode abrir-se à esperança do Jesus que veio.
O Verbo, Deus encarnado, criador, em quem reside a vida, verdadeira luz dos homens, fez-se carne, vem e manifesta a glória de Deus, afim de fazer filhos de Deus todos os que O acolherem.
Pelos séculos fora esta mensagem vem até nós, para que a alegria e a confiança encham os nossos corações.
No cumprimento da promessa feita pelos profetas, Ele veio para se dar até ao fim, mas quis apresentar-se como Menino, frágil, para mais facilmente entrar nas nossas almas.
Podem vir lutas, desenganos, doenças, mortes, incompreensões, todas as formas de sofrimento, mas para nós uma verdade domina todo o mar tumultuoso da vida. Temos Deus connosco, que nos ama, que nos chama. A alegria e a confiança deveriam transbordar de Belém até ao recôndito da nossa existência.
Quem poderá penetrar no misterioso silêncio de adoração que se viveu na gruta de Belém? E nós? Como é o nosso Natal?
Geralmente o Natal é uma razão de reuniões das famílias, estreitam-se laços de amizade, há encontros que reanimam relações por vezes enfraquecidas, e tudo na paz, em ar festivo, com presentes que se trocam, com luzes, enfeites, com refeições cuidadas e pratos caraterísticos, e todos nos esforçamos por dar afeto uns aos outros.
Mas para quantos é vivido a sós, na nudez da solidão, na miséria; não há amor, não há o indispensável, sob vários aspetos, a qualquer pessoa.
E nós? Como reagimos? Pensamos no próximo? Partilhamos os nossos bens com os mais pobres?
E para quantos há tempo para adorar o Deus Menino à maneira de Maria e de São José? Absorvidos pelos familiares, pelas fainas próprias da festa… esquecemos o Menino que quer mais de nós: o nosso coração a nossa adoração.
Ajoelhados aos pés do presépio, sentimos mais a sede de infinito que nos invade.
Mas como corresponderemos a este convite de louvor, de agradecimento?
Junto do presépio estão Nossa Senhora e São José, exemplos de adoração e de fidelidade a Deus.
Com a humilde que vem da nossa incapacidade para devidamente corresponder às graças que o Senhor lançou sobre nós, peçamos-lhes que nos ensine a viver a grande mensagem, confiada aos pastores. Alegrai-vos, nasceu hoje o Salvador que é Cristo Senhor.

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