21 de novembro de 2021 – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Eis-nos na conclusão do ano litúrgico, com a Solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo. O Concílio Vaticano II situa esta solenidade como «remate» final do tempo comum e, portanto, como final do ano litúrgico. O seu significado é o de que Cristo é o Senhor e reinará para sempre. Não se trata de uma monarquia religiosa nem da aliança entre o trono e o altar. Mas de afirmar que nenhuma realidade deste tempo esgota em absoluto toda a grandeza do Reino inaugurado por Jesus Cristo. O desejo do Reino é um dos desejos mais profundos que invocamos na Oração dos Filhos de Deus. O Reino foi o centro da pregação de Jesus e a causa pela qual Ele deu a vida.

  1. Conhecer Jesus

Hoje a Igreja apresenta-nos a festa de Cristo Rei, lembrando-nos que se torna cada vez mais urgente conhecer e viver melhor a nossa fé, pois sabe-se pouco sobre Jesus. Parece que as pessoas andam mais entretidas com outros interesses. Nós próprios muitas vezes julgamos que sabemos tudo e afinal temos uma ideia ainda muito pobre sobre Jesus Cristo. Precisamos de ir mais além no conhecimento da pessoa e do amor de Cristo, para podermos viver melhor a Sua mensagem.

 

  1. Perante Jesus

É curioso notar que ninguém pode ficar indiferente perante Jesus Cristo. E porquê? Porque Ele foi um homem fora do vulgar, com uma mensagem fora do comum. Era um homem livre, cuja beleza atraía as pessoas. O olhar de Jesus impressionava a quem o encontrava; era um olhar que falava.

Jesus amava e amava muito. Um amor muito grande para com as crianças. Sabia compreendê-las, uma coisa que os adultos poucas vezes sabem. Quando falamos com elas só sabemos perguntar-lhes quantos anos têm, como se chamam… Coisas que não lhes interessam nadar Jesus pelo contrário, dizia: «Deixai que as crianças venham a mim!».

Jesus amava os amigos. Tinha um grande sentido de amizade. Quando soube que o seu amigo Lázaro tinha morrido, diz o Evangelho que Jesus chorou. E dentro dos seus amigos, tinha alguns que eram preferidos: Pedro, João e Tiago.

Jesus amava o povo. Sentia-se plenamente israelita. Disse que tinha procurado juntar o Seu povo, como a galinha acolhe os seus filhos debaixo das asas. E mesmo sendo rejeitado pelo Seu povo, Ele continua a amá-los, perdoando-lhes na cruz e dando a salvação.

Jesus amava os pobres, os doentes e os pecadores. Estava Ele a jantar em casa dum fariseu e entra uma mulher, que começou a perfumar-lhe os pés. Jesus perdoa-lhe os pecados e envia-a em paz.

 

  1. A ressurreição: poder divino.

Mas Jesus é mais do que um homem, é Filho de Deus. E provou-o ao ressuscitar ao 3° dia. Ele vive!!

Não estava ninguém com uma câmara de filmar junto ao túmulo no momento da ressurreição. Mas é um facto histórico que os discípulos, que depois da morte de Jesus ficaram tristes e desiludidos, sentiram fortemente que Jesus estava vivo. Ficaram tão entusiasmados que partiram por todo o mundo a anunciar que Cristo está vivo e a convidar as pessoas a aceitar a Sua proposta de vida nova. Transmitiram com tanta coragem a boa notícia da ressurreição de Jesus, que até se deixaram matar.

Depois deles, ao longo dos séculos, os cristãos continuam o mesmo anúncio: Ele está vivo! Está no meio de nós! Isto é maravilho! Deus está connosco! Será que, como cristãos que somos, sentimos em nós esta alegria de saber que Jesus vive, que está a meu lado, que é meu amigo e companheiro?

 

  1. …e nós?

Ora se ninguém fica indiferente perante Jesus, também nós não seremos exceção. Quem dizemos que nós que é Jesus? Quem é Cristo na nossa vida?

Vivendo numa sociedade que procura esquecer Deus, somos interpelados a responder à pergunta que outrora Jesus fez aos Seus discípulos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»

Se Jesus aparecesse aqui neste momento e nos fizesse essa pergunta que Lhe responderíamos? Não valem respostas copiadas de catecismos, nem frases já muito repetidas. Cada pessoa, se quer sentir o orgulho de ser cristão, deverá dar a sua resposta pessoal.

Jesus deseja saber qual a nossa resposta. Insiste em bater à porta de cada pessoa para oferecer a Sua salvação e felicidade. Como canta o Frei Hermano da Câmara tem um fado que diz: «Jesus Cristo anda na rua / cansado de mendigar, / a bater de porta em porta; /bateu na minha e na tua. / Para Jesus poder entrar, / responder é o que importa.»

Será que vamos abrir a porta do nosso coração? Sim, irmãos, deixemos Cristo entrar para que Ele nos ensine o Caminho, a Verdade e nos dê a vida.

 

  1. Dar testemunho

É que Jesus, mesmo que alguns pensem o contrário, está vivo e presente no meio de nós. E por isso ser cristão é seguir a Cristo vivo, é ter Cristo no centro de tudo.

Somos convidados a dar testemunho de Cristo vivo. Todos, desde o mais pequeno ao mais idoso, devem fazê-lo na sua vida diária, mostrando que vale a pena ser cristão.

Já ouvimos muito sobre Cristo, já lemos e estudámos bastante sobre Ele. Está na altura de tomar uma opção! Daí que o Senhor nos interrogue: «Também vós quereis ir embora?» Deus respeita a nossa liberdade, mas exige uma resposta. Que lhe diremos? Façamos nossas as palavras de S. Pedra: «Para quem iremos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna!»

Caros irmãos, nesta festa de Cristo Rei, comecemos por reconhecer Jesus Cristo como Rei da nossa vida e, como Ele, dêmos testemunho da verdade (Cf. Jo 18,37) para que todos possam conhecer e amar Jesus, o único Salvador do mundo, ontem, hoje e sempre!

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