NO FIM – CRISTO REI

          O ano pastoral entrou já no seu ritmo próprio, enquanto o ano litúrgico caminha para o seu termo.

         Mais uma semana e somos chegados à solenidade culminante em honra, como não poderia deixar de ser, de Cristo, sobe a invocação de Rei. Não será, nos dias que correm, a designação mais feliz, mas todos entenderemos facilmente o que se pretende realçar: Jesus é o alfa e o omega, princípio e o fim e daí que, no fim, Ele nos apareça, não como um qualquer senhor mas, como o Senhor, Rei dos reis.

        Esta invocação vem já do tempo em que as realezas humanas eram ainda comuns e se pretendia que elas se subordinassem à d’Ele, único e verdadeiro Rei.  A realidade atual é bem diferente, não só porque já são escassos os reis deste mundo mas, sobretudo, porque a realeza de Cristo tem vindo a ser secundarizada face aos senhores que, presentemente, tecem o sentido da história. Será, então, oportuno que se redescubra o rosto de Jesus, não configurado com senhorios mas com servos, que é o que todos somos chamados a ser – e que o Mestre a si mesmo se atribuiu. Na medida em que o formos, nos configuraremos com Ele. Este serviço, definidor da nossa identidade cristã, é hoje mais que urgente para ombrear ou alternar com tanta dissimulada vontade de ser servido ou servir-se, mesmo quando parece que nos dispomos a servir.

        Fica, pois, lançado o desafio, sobretudo aos cristãos, para que olhem, escutem e sigam a proposta de Cristo – vim para servir – e se disponibilizem, começando pelas comunidades de cuja vida participam, a colocar-se ao lado de todos os que, atingidos pela debilidade, pobreza, solidão, ou outras, não poderão caminhar sem o apoio duma mão amiga. Também no seio da comunidade há uma diversidades de serviços que requerem permanente disponibilidade.

       A resposta que lhe dermos será a melhor forma de traduzir a realeza de Cristo.