MEDITAR A PALAVRA DE DEUS

Meditar é para muitos uma arte difícil, mas urge aprender a saborear a Palavra, a ponderá-La com o coração para podermos crescer na fé, na vida cristã, na compreensão dos mistérios. Palavra de Deus na Escritura, que é alimento, vida, graça, caminho de santidade. Ouvir a Palavra, escutá-La no mais profundo de nós próprios, «dar-Lhe voltas no coração». Atenção interior a Deus que fala através da Sua Palavra, a Sagrada Escritura. Se é verdade que Ele nos fala de muitos  modos, de maneiras diversas, a Escritura, que é uma das Suas presenças entre nós, é o grande modo de Deus nos falar.

A SEMENTE É A PALAVRA

Imagina-te no campo vendo um lavrador a lançar a semente à terra. Primeiro lavrou-a, deitou adubo, tirou pedras e espinhos. O terreno está preparado e ao lançar a semente o lavrador vibra de esperança. Aquela vai ser coberta pela terra, vai «apodrecer», morrer, mas surgirá uma haste, depois uma espiga e os frutos. Trabalho doloroso lento, mas eficaz. Meses mais tarde, a ceifa está preparada, as espigas cheias, e os grãos vão encher os sacos e os celeiros. Faina difícil mas encantadora: é a vida a nascer, a multiplicar-se.

Diz-nos o Evangelho que a semente é a Palavra de Deus. O Senhor, o Pai a vai semeando em nós com o desejo, a esperança própria do lavrador. Quer ver os frutos, colher com abundância. E o Senhor que tinha falado, semeado a Sua Palavra, através dos Profetas, veio falar-nos por Seu Filho (Heb 1,1). Jesus é o Verbo encarnado, é a palavra do Pai dada aos homens. A semente divina, a Palavra de Deus, não é uma coisa, é a Pessoa, o próprio Filho. É por isso que S. João da Cruz afirmou que Deus nos disse tudo em Seu Filho Jesus e, depois d’Ele, não tem mais nada a dizer-nos. Ouvir o Filho, o Verbo, a Palavra, é escutar o próprio Deus, o Pai.

Ora foi esta Palavra que nos gerou: «vós que fostes gerados de novo por uma semente… pela palavra de Deus viva e penetrante» (1 Pedro 1,3). Ou então como nos diz o Apostolo Tiago (1,21): «acolhei humildemente a Palavra semeada em vós, é ela que vos pode salvar» daí a necessidade de ouvir, de escutar, de acolher a Palavra que, depois de «morrer», dá fruto em abundância. Quem não acolhe a Palavra, não a ouve de dentro, não a deixa frutificar, não cresce na fé, na vida cristã.

FAZER SILÊNCIO

Para escutar bem é necessário fazer silêncio. No meio do barrulho, da algazarra, é impossível ouvir com nitidez, prestar atenção. e se Deus só fala no silêncio, na brisa ligeira do profeta Elias, então é necessário atitude interior de silêncio, para escutar a voz do Senhor.

Sem silêncio não há oração, não se ouve o Senhor. Se a oração é diálogo, precisamos de O ouvir, de O escutar; caso contrário ficamos no puro monólogo. Ao conversamos com uma pessoa, se falamos todo o tempo e não lhe damos ocasião a que fale, pergunte, desabafe, questione, peça, não haverá diálogo. Daí o apelo do Senhor: «Prestai atenção… escutai-Me». Talvez por isto mesmo a melhor oração é feita de silêncio para ouvir o que Deus tem para nos dizer, comunicar.

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