‘Laudato si’: Bispo do Algarve defende que é preciso “mudar paradigmas”

O bispo do Algarve defende que é preciso “mudar muito alguns paradigmas”, incluindo ao nível da pastoral da Igreja, para pôr em prática o que pede o Papa Francisco na sua encíclica ‘Laudato Si’ (Louvado Seja), cuja temática central é a ecologia.

“Temos de mudar muito alguns paradigmas, não só de comportamento mas também ao nível de proposta, valores, inclusivamente a nível pastoral, da catequese, das escolas. Se queremos seguir uma nova sensibilidade, mentalidade e uma nova maneira de nos posicionarmos face ao mundo que nos rodeia, temos também que ter em conta essa dimensão e esse aspeto”, afirmou D. Manuel Quintas ontem ao final da tarde no encontro de apresentação do documento papal que teve lugar no Seminário de Faro.

O prelado, que considerou que o documento “se lê de maneira muito agradável e cativante”, disse ainda que seria bom se criassem também “grupos de reflexão” sobre a encíclica. “Penso que sairíamos todos mais enriquecidos e estaríamos em sintonia com o que o Papa nos pede”, sustentou no encontro, cuja sala se tornou pequena para acolher as cerca de 100 pessoas que nele quiseram participar.

“Estamos a verificar que tudo aquilo que tem a ver com ecologia não se trata, propriamente, do exagero de alguns. Começamos a ver que, afinal, eles tinham razão”, afirmou D. Manuel Quintas, sublinhando que “está tudo interligado” quando se fala da Terra e da defesa do meio ambiente. “Não devemos pensar que aqueles que não respeitam as orientações só prejudicam o país onde estão”, prosseguiu.

Foto © Samuel Mendonça
Foto © Samuel Mendonça

O bispo da Diocese do Algarve lamentou o descuido com o meio ambiente trazido pelo progresso. “A Europa progrediu tanto a nível tecnológico à custa de quê? Das riquezas que fomos buscar ao sul [do mundo], deixando lá o lixo. E agora admiramo-nos que os donos dessa riqueza venham à procura daquilo que é seu”, criticou.

D. Manuel Quintas aludiu mesmo à responsabilidade de cada um nesta matéria. “Será que temos em conta o mundo que nos rodeia quando fazemos opções de diversa ordem, mais ao nível até de casa, da cozinha, dos desperdícios?”, interrogou.

O bispo do Algarve, que fez a apresentação geral da encíclica e uma referência sumária aos seus capítulos I, II e III, advertiu que aquela apresentação foi apenas um “aperitivo” com o objetivo de levar os algarvios a ler o documento.

A sessão contou ainda com as intervenções do diácono Luís Galante, que apresentou os capítulos IV e V, e do frei Paulo Ferreira que aludiu ao capítulo VI.

A encíclica é o grau máximo das cartas que um Papa escreve. A expressão ‘Laudato si’, em italiano antigo, remete para o ‘Cântico das Criaturas’ (1225), de São Francisco de Assis, o religioso que inspirou o Papa argentino na escolha do seu nome, após a eleição pontifícia.

Fonte:

www.folhadodomingo.pt

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