Igreja do Algarve em festa pela ordenação de um novo padre

A Diocese do Algarve viveu ontem mais um dia dos mais significativos pela ordenação de um novo sacerdote, o padre Nelson Rodrigues, de 26 anos, natural da Conceição de Faro.

Na eucaristia em Loulé, no santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como Mãe Soberana, que foi pequena para acolher os católicos de toda diocese algarvia e não só, o bispo do Algarve lembrou ao ordinando que o texto do evangelho escutado oferece a “chave da fidelidade e fecundidade” do ministério a que agora foi chamado. “Só é possível acolher e exercer este dom através do amor sem reservas a Cristo, presente na consagração da própria vida e traduzido no serviço quotidiano em apascentar o seu povo”, advertiu D. Manuel Quintas.

A eficácia e a fecundidade do nosso ministério não depende do muito que possamos promover ou realizar, mas sim da pureza da nossa fé, da intensidade do nosso amor a Cristo, da comunhão eclesial com o bispo, com o colégio presbiteral, da gratuidade do nosso serviço à Igreja, presente de tantas formas no nosso ministério, através de uma existência sacerdotal moldada ao estilo de Jesus”, prosseguiu o prelado.

D. Manuel Quintas, que começou por considerar que a diocese algarvia deveria estar com o “coração em festa, grato ao Senhor pelo dom deste novo presbítero para a Igreja”, lembrou ao ainda diácono Nelson Rodrigues que, ordenado sacerdote, seria “chamado a distribuir generosamente” o que lhe é concedido, sem o considerar como “propriedade” sua.

Ordenacao_padre_nelson_rodrigues (37)
Foto © Samuel Mendonça

O bispo diocesano lembrou mesmo que, “no exercício do ministério, o mais importante não são os meios”, os “instrumentos” de que os sacerdotes se servem para o serviço ministerial que incluem as qualidades naturais desenvolvidas ou adquiridas ao longo do percurso vocacional. “A sua importância é proporcional à eficácia com que facilitam a compreensão, o acolhimento, o seguimento e a identificação com Cristo e com os valores do evangelho. É este o conteúdo da mensagem que deve ser acolhido e recordado e não o meio utilizado para a sua transmissão”, sustentou o bispo do Algarve.

Lembrando o que tem indicado o papa Francisco, relativamente ao modo de exercer o ministério, o prelado apontou as três atitudes que disse estarem “profundamente interligadas, exigindo-se e iluminando-se mutuamente”: “sair, acolher, servir”. D. Manuel Quintas apelou a uma “Igreja em saída que vive a tensão da missão” para “anunciar, testemunhar e contagiar”. “Perder esta tensão equivale a enveredar pela instalação e acomodamento, pelo caminho da infidelidade, contrário ao do Espírito que impele e envia, uma Igreja descentrada de si mesma para se centrar em Cristo”, advertiu.

Prosseguindo nas indicações não só para o novo sacerdote, mas também para os restantes presbíteros e demais membros da Igreja algarvia, o bispo do Algarve alertou que “o papa, o bispo, os presbíteros e os cristãos até mais comprometidos não podem considerar-se o centro da Igreja”. “O centro é sempre a pessoa de Cristo. É Ele que é o seu fundamento e a sua consistência”, destacou, sustentando que “só uma Igreja, constituída e servida por discípulos missionários, abertos à ação do Espírito, pode e há-de chegar a todos sem exceção”.

D. Manuel Quintas exortou para a necessidade de “privilegiar a pastoral do acolhimento e do encontro” para “acolher de modo a despertar para o acolhimento de Cristo” e lembrou o “sugestivo” gesto de Pedro narrado no evangelho, confrontado com um paralítico que pedia esmola. “Pedro não passa ao largo, abeira-se e inclina-se sobre ele, segura-o pela mão, dá-lhe o que tem, ou seja, anuncia-lhe Jesus Cristo. Depois ergue-o e ajuda-o a firmar-se nas pernas já curadas e a caminhar. É esta a atitude que deve estar presente em todos nós, particularmente em todos nós, particularmente, aqueles recebemos o dom deste ministério ordenado”, afirmou.

O bispo diocesano salientou que “receber o dom do ministério ordenado, significa assumir a condição de servidor de Cristo e do evangelho, até dar a vida se necessário for, à semelhança de Pedro e de Paulo”. “Apoiados em Cristo e dóceis ao dinamismo do Espírito, sentir-nos-emos, cada dia, impelidos a anunciar o evangelho com alegria, audácia, dedicação e um coração sempre cheio de esperança. Não deixemos, pede-nos o papa Francisco, que nos roubem a força missionária”, afirmou a terminar, antes de pedir aos jovens que não tenham medo de se consagrar a Cristo e a todos os presentes que não esmoreçam na oração pelas vocações e que louvem a Deus “com alegria e gratidão pelo dom deste novo presbítero”. “Acompanhemo-lo sempre com a nossa oração, a nossa amizade, o nosso apoio fraterno e, se for preciso também, com a nossa correção fraterna”, pediu.

Após a homilia, a celebração prosseguiu com o rito da ordenação do novo padre, constituído por alguns gestos significativos, mas que teve como momento mais importante o da ordenação propriamente dita com a imposição das mãos do bispo diocesano sobre o ordinando e a oração consacratória.

Um dos gestos significativos de comunhão e de unidade foi a promessa de obediência e reverência ao bispo diocesano enquanto sucessor dos apóstolos, sinal e garante da unidade da Igreja e desta com a Igreja de Roma, assim como a colocação das mãos do ordinando nas mãos do prelado.

Os outros momentos expressivos aconteceram já depois da ordenação com o recém-ordenado a ser revestido com as vestes sacerdotais – recordando que, antes de mais, se deve continuar a revestir de Cristo – e com a entrega da píxide e do cálice.

Igualmente de grande emoção foram os abraços aos restantes padres presentes, particularmente o abraço ao frei José António, seu antigo pároco e um dos garantes da sua vocação, tendo a assembleia irrompido espontaneamente numa ovação.

Também significativa foi a concelebração eucarística já participada pelo novo padre, a que se associaram os restantes, assim como a consagração da sua vida e do seu ministério que quis fazer à Mãe Soberana também muito aplaudida pela assembleia.

O padre Nelson Rodrigues preside hoje pelas 19h, dia da solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, pela primeira vez, à celebração da eucaristia na igreja de São Pedro de Faro, onde foi batizado, e a sua Missa Nova será celebrada no domingo às 19h no adro da igreja paroquial da Conceição de Faro.

Fonte:

www.folhadodomingo.pt

Check Also

14 abril de 2024 – 3º Domingo da Páscoa -Ano B

“Testemunhando a fé no nome de Jesus ressuscitado”. Hoje, no terceiro Domingo da Páscoa, encontramos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.