DEUS À NOSSA PROCURA

Se estás a sentir-te deprimido ou abatido, ou tentado a abandonar a prática da fé, então procura um lugar tranquilo, leva contigo um exemplar do Novo Testamento, e lê lenta e devotamente, o capítulo 15 do evangelho de São João.

Há três histórias contadas por Nosso Senhor. São-te dirigidas pessoalmente. Cada uma fala acerca de alguma coisa perdida: uma moeda, uma ovelha e, a mais importante das três, um filho. Nos três casos, há uma busca por parte da pessoa que perdeu o precioso objeto. Em casa a mulher varre freneticamente; o pastor deixa as noventa e nove ovelhas; e o pai espera – pois não pode fazer outra coisa – o regresso do filho pródigo. Todos os dias o pai sai, na esperança de poder ver o filho voltar para casa. Espera-o e deseja-o ansiosamente. Então um dia avista-o. “Enquanto ele estava ainda longe, o pai viu-o e compadeceu-se dele e, correndo, lançou-lhe os braços ao pescoço e beijou-o” Não se trata de uma narração de um pai a dar as boas-vindas a um filho caprichoso. Estamos perante o Verbo de Deus, com uma das mais claras revelações da verdade do amor de Deus por nós. Ele está sempre presente, esperando que nos voltemos para Ele. Quando o fazemos, Ele está junto de nós para nos abraçar e cumular de presentes. Poderias duvidar do amor de Deus por ti, depois de leres e meditares esta passagem? Não é de admirar que um místico experiente pudesse escrever:

“O imenso amor a Deus pela nossa alma, é tão maravilhoso que ultrapassa todo o conhecimento. Nenhum ser criado pode conhecer a grandeza, a doçura, a ternura do amor que o nosso Mestre tem por nós. Pela Sua graça e ajuda, no entanto, leva-nos a ficar em contemplação espiritual, eternamente maravilhados com o supremo, sincero, inultrapassável, incalculável amor que Deus, que é bondade, tem por nós. Com toda a reverência podemos perguntar então, a quem assim nos ama, tudo o que quisermos. Pois por natureza a nossa vontade quer Deus e a complacência de Deus quer-nos. Nunca deixaremos de desejar e anelar, Enquanto não O possuirmos em plenitude e alegria. Então deixaremos de ter desejos. Entretanto é Sua vontade que continuemos a procurar conhecer e amar, até sermos perfeitos no céu”.

A misericórdia do Pai é forte. Essa misericórdia é, ao mesmo tempo, ternura e fidelidade para aqueles que criou para se unirem a Ele. Ternura e constância são uma poderosa combinação e a razão por que Deus quer envolver-se intimamente connosco. É assim que entendo estas palavras de São João: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigénito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Porque nos ama tanto tornou-se, em Seu Filho Jesus Cristo, um Peregrino como nós.

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