DESPEDIDA E ACOLHIMENTO

Revmo Dom Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve, Rev. Padres António Rocha e Rui Barros.
Exma. Senhora Arqª. Teresa Correia, vereadora da CMF, caros Chefes do CNE.

Irmãos!

Em Outubro de 1969, o Senhor, através do D. Júlio Tavares Rebimbas, nomeia o P. António Fernandes da Rocha para a zona pastoral adstrita à capela de S. Luís, em Faro. Uma zona em franco desenvolvimento populacional da nossa cidade.
Tomando como paralelo a Leitura do Livro do Deuteronómio, que escutámos a 16 de Agosto, em que Moisés subiu das planícies de Moab até ao monte Nebo, em frente de Jericó e o Senhor lhe mostrou todo o país e lhe disse «Esta é a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaac e a Jacob», ocorre-me dizer que
foi, um pouco assim, com o jovem Padre António, que vindo para uma terra desconhecida, deixava para trás a sua Arquidiocese de Braga, onde se tinha ordenado em 15 de Agosto de 1966, festa da Assunção de Nossa Senhora aos céus.

Moisés o «mais humilde de todos os homens que havia sobre a face da terra» (Números 12:3), também teve momentos de grande dificuldade com o povo que guiou através do êxodo pelo deserto durante quarenta anos.
Como Moisés, também o Pe. António Rocha, durante estes 48 anos, teve momentos menos bons, de angústias e algum sofrimento, mas a sua confiança n’ Aquele que o enviou, era e é absoluta. Daí que construiu uma Igreja de pedras vivas, uma comunidade cheia de vida, construída à sua imagem, à volta de um templo que é o orgulho de todos nós. Ainda ontem na sua última missa aqui celebrada, por ocasião da Natividade de Nossa Senhora, nos exortava a fazer deste acontecimento, um renascer, para que todos nós, sem excepção, saibamos aceitar esta mudança, como se de uma nova vida se tratasse

Por tudo isto, Pe. Rocha, quero dizer em meu nome e de toda a Comunidade de S. Luís um MUITO OBRIGADO! E saiba que sempre terá a nossa Amizade, estima e oração.
É também hora de pedir perdão pelas nossas atitudes que o pudessem ter entristecido em algum momento mas creia que ficará para sempre na memória e no coração de todos nós.

Sabemos que as mudanças dos párocos geram muitos sentimentos tanto para os sacerdotes, como para os paroquianos que ficam privados do pastor que sentem já como seu. Pois “Cada pessoa que passa em nossa vida deixa um pouco de si e leva um pouco de nós”.
Mas acredito que em tudo o que acontece na Igreja, está a mão de Deus. E é nesta perspetiva de Fé, que pessoalmente me situo.

Moisés não entrou na terra prometida, e os filhos de Israel choraram-no nas planícies de Moab durante trinta dias.
Entretanto, Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés tinha imposto as mãos sobre ele e os filhos de Israel começaram a prestar-lhe obediência, segundo a ordem que o Senhor tinha dado a Moisés.
Assim, Pe. Rui Barros esta Comunidade Paroquial, lhe dá as boas vindas e tal como o povo da Antiga Aliança, desejamos que nos guie até à terra prometida – Jesus Cristo – Senhor Nosso que o envia, através do nosso Bispo, D. Manuel Neto Quintas.

Queremos estar consigo, nosso novo pastor, e escutar a sua voz, a nos orientar para caminharmos juntos e em plena sintonia. E com humildade e obediência, manifestar a nossa disponibilidade para o serviço do dia-a-dia da vida da nossa e sua paróquia. É, pois, com muita alegria que a comunidade de S. Luís o recebe.
A partir de agora, entre nós, o senhor será membro de cada família. Desejamos que compartilhe dos nossos sofrimentos e alegrias, e nos ajude a celebrar a presença de Deus no concreto do nosso quotidiano. Que possa ensinar-nos a crescer na fé, a perdoar e a consolar todos os nossos irmãos.
Possa, em nosso nome, apresentar a Deus as nossas preces e as nossas limitações e d´Ele nos comunicar o Perdão que dá alento e força.

Seja mensageiro da Boa Nova, alimentando a nossa fé na presença viva de Jesus na Eucaristia;
Que como Moisés, abra caminhos de esperança…

Seja bem-vindo entre nós e conte sempre connosco, P. Rui Barros