COMUNHÃO COM O ESPÍRITO

A vida cristã é vida no Espírito Santo. Sem Ele não há Igreja, sacramentos, graça, santidade. Sem Ele não há oração. É o Mestre interior que não só nos ensina a rezar, mas que reza em nós. Vem em nossa ajuda: «O Espírito vem em ajuda da nossa fraqueza, pois não sabemos que pedir em nossas orações, mas é o próprio Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis. Aquele que perscruta as orações, bem sabe qual é o empenho do Espírito, pois é em conformidade com Deus que Ele intercede pelos Santos» (Rom 8,26-27). Então rezar é deixar-se mover pelo Espírito que nos habita, que está em nós, que em nós reza, clama, geme, intercede: «Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?» (1 Cor 3,16). «Não sabeis porventura, que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós mesmos?»(1 Cor 6,19). É este Espírito de Deus, o Paráclito do Pai, que em nós é fonte incessante de oração, de culto interior, de liturgia de alma e coração. Deixar-se mover por Ele, estar atento à Sua ação orante no nosso interior, procura ouvi-Lo e entrar em comunhão com Ele, que nos habita e em nós reza; pois «nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, que nos faz conhecer as graças que por Ele nos foram concedidas» (1 Cor 2,11-12).

CHAMAR PAI

Ser cristão é ser Filho de Deus. Não é um nome, um título, é uma realidade. Somos filhos no Filho. E esta graça, esta adopção filial, foi realizada em nós pelo Espírito Santo. Foi Ele que nos gerou no batismo. É Ele que vai gerando em nós Jesus Cristo, que nos vai identificando com o Filho, nos vai fazendo crescer em verdadeiro espírito filial. «Na verdade, todos os que são movidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão, para cair de novo no temor; recebestes, pelo contrário, o espírito de adopção, pelo qual chamamos “Abba Pai” (Rom 8, 14-15).

FOGO DIVINO

Coloca-te diante da lareira e contempla o fogo a crepitar. Olha para uma vela acesa e admira a chama que aquece e ilumina. Imagina, porventura, qualquer outro modo de contemplar o fogo, como por exemplo, a forja dum ferreiro onde o ferro no fogo, sai em brasa, tão vermelho como a alma. Depois procura interiorizar esta imagem. O Espírito de Deus é fogo divino de Pentecostes, lembrando a sarça ardente que Moisés contemplava e ardia sem se consumir (Ex 3,2). Fogo que desce sobre os Apóstolos e Maria Santíssima no Cenáculo: «Quando chegou o dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de uma forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram, então, aparecer umas línguas de fogo, que se iam dividindo e poisar uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo» (Ac 2,1-4).

Este mesmo Espírito habita o nosso ser. É fogo divino no interior do cristão. Irá iluminado, fazendo ver mais e melhor, será no nosso interior luz e sabedoria. Imaginar essa «sarça ardente», esse fogo, e pedir-Lhe que seja luz interior, sabedoria. E continuar a olhar a vela acesa ou a lareira onde o fogo vai crepitando. Senti-Lo assim no nosso interior.

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