Centro Social Paroquial

(Atividades de Tempos Livres e Pré- Escolar)

centro01Em 1979 ocorreu o Ano Internacional da Criança. A atenção que esta faixa etária então mereceu suscitou o desejo de que o evento ficasse, entre nós, materializado nalgum empreendimento que lhe desse concretização prática:

Foi assim que surgiu a intenção de se construir um centro para ocupação de tempos livres das crianças, já que parecia ser esta uma das maiores carências verificadas no sector infantil.

As diligências para a consecução do espaço foram bem sucedidas com a cedência, pela autarquia, dum terreno abandonado e degradado, nas traseiras dos prédios sitos entre as ruas D. Jerónimo Osório, dos Bombeiros Portugueses e Ataíde de Oliveira.

centro02Dado não ser permitida a construção dum prédio em alvenaria, procurou-se a montagem dum pré-fabricado, para o efeito encomendando à firma “soprem”.Tudo concluído deu-se início às atividades em 14 de Outubro de 1981, sendo a frequência de utentes orientada por três educadoras e uma auxiliar.

A abertura oficial ocorreu em 6 de Dezembro do mesmo ano. Dela fizeram parte: uma concelebração eucarística presidida pelo então bispo da Diocese, D. Ernesto Gonçalves Costa, na capela de S. Luis, a bênção do novo edifício, a visita às instalações e à exposição de trabalhos já realizados, uma sessão evocativa e um almoço de confraternização, aberto a toda a comunidade.

Recupera-se narrativa da “Folha do Domingo” nº 3462 de 11 de Dezembro de 1981.

«Realizou-se, no passado dia 6, na rua D. Jerónimo Osório, a inauguração do Centro de Tempos Livres para crianças, bela iniciativa da Comunidade Cristã da Igreja de S. Luis, desta cidade.

Presidiu o sr. D. Ernesto Gonçalves Costa, Bispo do Algarve, tendo participado o presidente da Câmara Municipal de Faro, os membros da Comissão Instaladora do novo Centro, individualidades de representação do nosso meio social e uma larga representação daquela Comunidade e, nomeadamente, muitas crianças que frequentam o Centro.

Às 11 horas, o sr. Bispo presidiu a uma concelebração Eucarística, na igreja de S. Luis, sendo concelebrantes os Revs. Dr. Analide Guerreiro e Pe. António Fernandes da Rocha.

Deu a sua preciosa colaboração o grupo coral da igreja.

Ao Evangelho, o Sr. Bispo dirigiu à assembleia cristã uma alocução em que salientou o sentido litúrgico do 2º Domingo do Advento e a campanha de sensibilização das comunidades cristãs, face aos problemas dos deficientes, levada a efeito, naquele Domingo, pelo Secretariado Nacional da Educação com as obras sócio-caritativas, terminando por acentuar o significado e o alcance do novo Centro para a sociedade e, em particular, para a formação integral da juventude.

Às 12 horas, o Sr. D. Ernesto procedeu ao ritual da bênção do novo edifício, tendo proferido breves palavras alusivas ao ato.

Seguiu-se a visita à exposição dos trabalhos das crianças e às instalações do novo Centro.

A obra inaugurada oferece um ambiente de bom gosto, de conforto, de arte e de abertura espiritual e corresponde a todos os requisitos técnicos e pedagógicos para realização dos elevados objetivos que se propõe realizar.

O seu custo está avaliado em mais de 2 mil contos.

Frequentam o Centro 80 crianças, nesta fase inicial, esperando-se que venha a ser ampliado, nos próximos anos, para poder receber mais utentes. À volta, é servida por uma zona destinada a recreio e a atividades ao ar livre.

Após a visita às instalações efetuou-se uma sessão comemorativa, em que o Sr. Orlando dos Santos Mendes Pinto, membro da Comissão Instaladora, saudou os presentes e agradeceu a todas as pessoas que tão generosa e dedicadamente contribuíram para a concretização de tão lindo sonho.

O Pe. António Fernandes da Rocha definiu o espírito que inspirou e deu expressão àquela iniciativa, integrada no âmbito do Ano Internacional da Criança, e precisou os aspetos mais importantes da história do Centro.

OBJECTIVOS DO CENTRO

Ao referir, ainda que de modo sumário, os objetivos ou, simplesmente, o objetivo fundamental deste Centro, afirmou, «Ainda que sob a designação de tempos livres, o que se pretende, essencialmente, é ajudar a educar integralmente a criança, através dum correto e útil aproveitamento dos tempos livres».

Sabemos que nunca, como hoje, a sociedade e, portanto, a criança, usufruíram duma gama tão variada e eficaz de meios para a sua educação integral. Haja em vista o número e a força dos M.C.S., mas a pergunta não pode deixar de se fazer. Será, de facto, a sociedade e a criança de hoje mais educada na sua totalidade que a de outros tempos?

Sabemos que há aspetos em que a precocidade é manifesta, em relação a épocas passadas, mas na sua integralidade de pessoa acontecerá assim? Não haverá um desequilíbrio flagrante no uso excessivo de uns meios em relação a outros e na pretensão de obter certos objetivos em detrimento da educação integral?

Penso que é preciso dizer, com clareza, ainda que com risco, certas coisas como estas, a respeito da criança e da sociedade em geral.

Sim, haja saúde para todos, haja alimentação, haja vestiário mas haja, sobretudo, educação e educação completa.

Sim, haja cultura para todos, haja promoção humana, haja bem-estar, mas haja sobretudo, uma educação séria.

centro03Sim, haja democracia, haja liberdade, haja reconhecimento dos direitos de cada um mas haja, acima de tudo, educação moral das pessoas.

Fala-se de subida do nível de vida, fala-se de melhores condições para todos, fala-se de acesso de todos aos bens materiais e humanos, mas fale-se também na necessidade de se ser corretamente educado».

centro04A seguir, o engº Marciano Nobre, Presidente do Município de Faro, registou com vivo interesse a realidade do Centro e o que ele representa de atenção, de carinho e de doação à causa dos novos e da sociedade.

Por último, o sr. Bispo teve palavras de louvor e de reconhecimento para com todos os que se empenharam seriamente naquela obra que é bem um testemunho vivo da verdade e da autenticidade da mensagem evangélica.

Seguiu-se uma confraternização que decorreu num ambiente de espírito fraterno e de comunhão cristã.

Integram a comissão instaladora o Pe. António Fernandes da Rocha, Orlando dos Santos Mendes Pinto, Manuel Baptista Nóbrega e José Maria Bernardo”.

O Centro prosseguiu as suas funções, tendo o número de utentes subido, de imediato, para os 120, assim se mantendo por vários anos.

centro05Esta situação e as cada vez maiores exigências dos tempos urgirem a abertura de mais uma sala, o que requereu a ampliação das instalações existentes. Assim, em 1994 procedeu-se à reestruturação dos espaços, com a abertura da referida sala, a construção de novas instalações sanitárias, a deslocação, para o novo equipamento, do serviço de secretaria e a construção de um alpendre anexo.

Com a oferta dos tempos livres nas escolas do 1º ciclo e a implementação do ensino pré-escolar sentiu-se a necessidade de nova readaptação da instituição e assim, em Outubro de 1998, procedeu-se à ampliação duma das salas existentes, que absorveu a antiga secretaria e parte do corredor de entrada, ficando, assim, esta área afecta ao ensino pré-escolar.

centro06O quadro da instituição, relativamente aos funcionários, foi variando ao longo dos anos, de harmonia com as necessidades sentidas, sendo o atual, para um total de 85 utentes em regime de ATL e de 21 em regime de ensino pré-escolar, de duas educadoras, duas auxiliares de educação e três auxiliares de serviço.

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