A PALAVRA É VIDA

A palavra de Deus não é literatura. A Bíblia não é puro livro de história, de poemas belos como os salmos, de código com preceitos divinos. A Palavra é Vida. Os seus efeitos são infinitos como o próprio Deus que a gera, que a pronuncia. Daí que o Evangelho é um livro para colocar em prática, para produzir fruto, para dar vida. Não basta ler, meditar. É preciso vivê-Lo. Daí a extraordinária frase de São Francisco de Assis quando ouviu ler o Evangelho: «é isto que eu procurava; é isto que eu vou viver». Exatamente por causa desta determinação é que Francisco foi santo, algo semelhante a um evangelho vivo, re-incarnado, na vida da pessoa do Santo de Assis.

O coração purifica-se, converte-se, encontra conforto e paz através da Palavra, como nos diz o I livro dos Macabeus (12,9): «temos nas nossas mãos, para nosso conforto, os livros santos». E estes livros santos, a Palavra sagrada, iluminam, dão sabedoria: «Tu, porém, persevera em tudo o que aprendeste, e que te foi confiado, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Escrituras, que podem dar-te a sabedoria que leva à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, convencer, para instruir na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e apto para toda a boa obra» (2 Tim 3,14-16). É o próprio S. Paulo que nos ensina os maravilhosos efeitos da Palavra, das Sagradas Escrituras.

A vida divina, a intimidade com Deus, a graça da comunhão com a Trindade, vem-nos, segundo o ensinamento do próprio Jesus, pela atenção à Palavra: «Se alguém Me ama, guardará a minha Palavra, meu Pai o amará e nós viremos a ele e faremos nele morada (Jo 14,23). E esta permanência em Deus não só nos dá uma maior fé e confiança no Seu amor, como nos levará a alcançar do próprio Senhor o que pedimos com humilde perseverança: «se estiverdes em Mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido» (Jo 15,7).