3 de setembro de 2017 – 22º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Confunde-se muitas vezes, vida cristã com manifestações de vaga religiosidade. Usam-se alguns sinais religiosos na roupa, no carro, ou a decorar a casa; fazem-se promessas que, uma vez conseguida a graça, se «pagam» com pontualidade; e participa-se em romarias a santuários com fidelidade.
Mas, a contrastar com tudo isto, deixamos escapar o que é essencial para que sejamos verdadeiros cristãos: comportarmo-nos como bons filhos de Deus em todas as situações da vida, e crescer na intimidade com o Pai, por meio de toda as atividades.
Toda a liturgia deste 22º Domingo do Tempo Comum nos vai ajudar a aprofundar esta verdade fundamental.

FAZER TUDO E SÓ O QUE DEUS NOS MANDA
O homem andava perdido nos atalhos do mundo e não acertava com o caminho para a casa do Pai. Foi preciso que o bom Samaritano – o próprio Filho de Deus – fosse à procura do homem assaltado pelo demónio que o deixou em lamentável estado, o curasse das feridas mortais e o conduzisse à estalagem da Igreja, para que aí continuasse a ser tratado, e pagasse por ele com o preço do Seu Sangue Redentor.
Só na fidelidade a esta Aliança poderemos ser salvos e tornarmo-nos luz para os outros homens.
Num primeiro discurso do Deuteronómio, Moisés exorta os hebreus ao cumprimento da Lei que lhe tinha sido entregue no Sinai.
São leis e preceitos que eles devem pôr em prática na vida, como parte da Aliança feita pouco antes.
Da generosidade no seu cumprimento depende a entrada na Terra Prometida e o testemunho que leverá outros povos à adoração do verdadeiro Deus.

A LEI, CAMINHO DE FELICIDADE, NA VIDA PRESENTE
Ao dar-nos a Sua Lei, o Senhor veio ao encontro das exigências e necessidades da natureza humana que Ele conhece melhor do que nós.
Ao cumpri-la, a pessoa humana enriquece-se, desenvolve as suas capacidades. Pelo contrário, na transgressão deformamo-nos.
(Não há pessoas mais normais e delicadas no seu comportamento, mais atenta aos outros, mais alegres e desprendidas, do que os santos. Pelo contrário, encontramo-nos frequentemente com pessoas destruídas pelo vício, deformadas por uma vida no meio de transgressões da Lei de Deus).

A LEI DE DEUS, CAMINHO PARA O CÉU
Assim podereis viver e entrar na posse da terra que vos dá o Senhor, vosso Deus. A Terra da Promissão não era apenas uma promessa feita aos hebreus para a sua vida terrena. Era também uma figura do prémio que o Senhor nos reserva no fim desta vida.
Saímos da escravidão do Egipto do pecado, passando através das águas do Batismo e fizemos uma Aliança de Amor com o Pai, no sangue de Jesus Cristo.
Pela fidelidade à Sua Lei, caminharemos até à Terra da Promissão, onde viveremos na alegria e no amor eternamente. Por isso nos adverte São Tiago: Se cumpridores da palavra, não vos limiteis a escutá-la, pois seria engar-vos a vós próprios (2ª leitura).