23 de agosto de 2015 – 21º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Deus, que é Amor, ama-nos com amor infinito. Esse Amor é-nos revelado não só pelas obras maravilhosas da Criação, Incarnação e Redenção mas também ainda pela presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia. Aí poderemos, de uma forma concreta, «saborear e ver como Ele é bom». Vamos hoje, e mais uma vez, refletir em tão consoladoras realidades.

  1. Saboreai e vede como o Senhor é bom.

Saboreai e vede como o Senhor é bom, é o convite que mais uma vez nos é feito pelo refrão do Salmo intercalar. E as leituras da Missa de hoje, além de nos falar da infinita bondade do Senhor, indica-nos o caminho a seguir para O podermos saborear.

Esse caminho é-nos apresentado pelo exemplo do Povo de Israel, (1ª Leitura) o comportamento que devem ter os esposos (2ª Leitura) e finalmente a proposta que Jesus nos faz no Evangelho.

  1. O exemplo do povo de Israel.

Na primeira Leitura Josué propõe ao Povo de Israel o dilema de o querer ou não seguir. Depois da travessia do deserto, onde puderam sempre contar com o apoio do Senhor, vão agora entrar no deserto a caminho na Terra prometida. Vão encontrar povos pagãos, que, por isso, adoram falsos deuses, mas aos quais atribuem a proteção que julgam sentir para os frutos dos campos e a saúde e fertilidade dos animais. É pois necessário que o Povo de Israel, livremente, não se deixe enganar e claramente faça a sua opção. Seguindo o bom exemplo de Josué e de sua família, o povo, optou pelo Senhor, passando a sentir o carinho da Sua presença com milagres constantes.

  1. O amor conjugal – símbolo do Amor de Deus.

A segunda Leitura realça o significado profundo do verdadeiro amor conjugal: amor que é serviço, altruísmo, preocupação exclusiva com a felicidade do outro. É afinal assim o Amor que Deus nos tem. Ele ama-nos deveras, porque quer o nosso bem, a nossa verdadeira felicidade. Como é bom captar e refletir esse Amor! Esta feliz realidade quanta felicidade e segurança nos dá nos caminhos da vida. Por maiores que sejam os obstáculos da existência, todos, com Ele, serão vencidos!

  1. A Eucaristia é expressa o Amor infinito do Senhor.

No Evangelho, Jesus depois de ter explicado ao Povo, o alimento e bebida que tinha para lhes dar e vendo que todos O abandonaram, perguntou aos Apóstolos se também eles se queriam ir embora. Pedro, em seu nome e dos restantes, embora ainda também não tenha compreendido o alcance das afirmações de Jesus, respondeu: «Para quem havemos de ir se só Tu tens palavras de vida eterna?». Procede assim pois acredita e acreditar é aceitar algo que, embora não se compreenda, se aceita tendo por base a autoridade de quem o afirma. E aqui é o Senhor que o faz.

Jesus ao prometer o Seu Corpo e Sangue em alimento, era mesmo do Seu corpo e Sangue que falava Por isso, repetiu várias vezes essa afirmação e nada tirou ou acrescentou ao que já tinha afirmado. O povo retira-se pois não estava disposto a comer o Corpo e beber o Sangue de Jesus. Para eles, tal era inconcebível.

Quando da Sua instituição, na última Ceia, os Apóstolos receberam-nO sem qualquer relutância. Hoje nós também o fazemos. Como Deus é bom e como são grandes as Suas obras!

Comungar o Senhor, é aceitar verdadeiramente Jesus. Com Ele a nossa vida torna-se semelhante à Sua. As nossas preocupações e desejos devem passar a ser os seus. Ele quer a salvação de todos os homens. Esta deve ser uma das nossas grandes preocupações.

Optar por Ele, é optar pelo Amor, é ser útil aos outros é já saborear a felicidade da Sua Bondade.

Que as ilusões da vida e paixões terrenas não nos enganem. O povo de Israel, mesmo depois da Aliança do Sinai, como que ainda põe em dúvida tanto amor de Deus, ao sentir saudades das cebolas do Egipto. Que cegueiras tão mesquinhas como essa, não nos atinjam. As coisas da terra por mais belas e grandiosas que pareçam ou sejam, não deixam de ser caducas, passageiras. É péssima ação optar pelas coisas da terra em detrimento de possuir o Senhor de todas elas. Quem verdadeiramente tem o Senhor tem tudo, quem O não tem, nada possui.

Com a Aliança do Novo Testamento fomos resgatados pelo Sangue de Jesus que foi todo derramado por nós no alto do Calvário. A partir de então o Sangue que nos dá vida é o de Jesus. Passámos a ser consanguíneos do Senhor e uns dos outros. Toda esta consoladora realidade implica e exige muito amor ao Senhor e uns aos outros. Todos por um e um por todos. Com Ele e n’Ele, passamos a ser uma só Família. Como tal importa viver e morrer para sempre saborear.

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