22 de fevereiro de 2015 – 1º Domingo da Quaresma –Ano B

Todos os anos a natureza se renova, por ocasião da Primavera. Depois do longo sono do Inverno, as plantas despertam e começam a cobrir-se de folhas e flores, promessa de saborosos frutos no Outono.

A Santa Igreja convida-nos pela voz da Liturgia, a uma autêntica renovação de Primavera das nossas vidas, no tempo da Quaresma que agora principia.

O pecado destrói a vida em comunhão

A pessoa humana está natural e sobrenaturalmente vocacionada para viver em comunhão com Deus, com os irmãos e com toda a natureza criada.

Isolado voluntariamente pelo pecado, é uma nota solta, sem significado, nesta grande sinfonia do universo.

Esta tendência para a vida em comunhão manifesta-se:

  • Com Deus. Todas as religiões de todos os tempos são uma tentativa do homem para se encontrar com Deus. E quando não o consegue, tenta convencer-se de que o encontrou e chegou à comunicação com Ele. Os banquetes sagrados do paganismo não eram outra coisa que manifestação desta comunhão com a divindade.

Por isso, escrevia Santo Agostinho, nas Confissões, depois de uma dolorosa vida errante, o famoso pensamento: «Fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração anda inquieto até que em Vós descanse».

  • Com as outras pessoas. Somos de todos os seres criados os mais dependentes. Enquanto qualquer animal não tem sentido de pertencer a uma família, e aos poucos dias já se defende perfeitamente, o ser humano leva muito tempo a poder sobreviver sozinho.

Esta dependência vai continuar no trabalho uma vez que estamos todos dependentes uns dos outros e faz parte duma incomensurável cadeia de solidariedade. Esta necessidade de ajuda volta a manifestar-se na fase terminal.

Não podemos viver isolados. A solidão deforma-nos e a solidariedade é uma tendência natural.

O pecado provoca uma série de ruturas que alteram profundamente o nosso equilíbrio: rutura com Deus, pela recusa da Sua Lei, condição de amizade; rutura com os irmãos, pois em todo o pecado há uma procura de egoísmo e, em muitos casos, um colaborar no levantamento de estruturas de pecado, para não falar do mau exemplo; com a própria natureza, usada sem racionalidade; e até connosco mesmos, pela insegurança interior, remorso e tristeza.

O mal do pecado vai-se acumulando, como torrente caudalosa que não encontra saída, até provocar uma ameaça.

Deus ama-nos e não nos quer ver infelizes.

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