19 de julho de 2015 – 16º Domingo do Tempo Comum –Ano B

O tema deste Domingo é-nos oferecido pelo Salmo responsorial: Jesus o Bom Pastor cuida com solicitude do seu rebanho, defende-o dos perigos, alimenta-o na mesa abundante da sua Palavra: faz-nos descansar na sua presença, enche-nos de todos os bens!

«Vinde comigo e descansai»

No passado Domingo escutávamos os conselhos que Jesus dava aos discípulos. Pela primeira vez, S. Marcos, utilizou a palavra Apóstolos, que significa enviados. Foram enviados dois a dois. Fizeram a experiência da força do Evangelho: «pregaram o arrependimento, expulsaram os demónios, curaram muitos enfermos», mas certamente sentiram também a resistência, a recusa, a indiferença das pessoas, pois o texto diz-nos que regressaram cansados e por isso Jesus os convidou: «Vinde e descansai um pouco!»

É impossível fazer apostolado fecundo sem estes momentos aos pés do divino Mestre. Há tempo para trabalhar e um tempo para descansar. Os Apóstolos vieram reunir-se com Jesus e contaram-lhe o que tinham feito e ensinado. Todos os Domingos nos reunimos em nome de Jesus. Aqui estamos hoje também nós. Contemos ao Senhor quanto fizemos durante a semana! Fizemos muitas obras de misericórdia? Ensinámos os irmãos no meio dos quais vivemos e trabalhamos? Também estamos cansados? Experimentámos a recusa e a indiferença face aos valores e ideais cristãos que transmitimos?

Na Eucaristia recuperamos novas forças não só físicas, mas também espirituais. Na Eucaristia encontramo-nos com Jesus. A vida profunda exige recolhimento. A vida cristã oscila entre um tempo de atividade no exterior e um tempo de reflexão interior. Aproveitemos estes momentos para dialogarmos com Jesus, escutarmos Jesus, descansarmos com Jesus.

A MISSÃO DOS APÓSTOLOS E A NOSSA

O Evangelho fala-nos da primeira missão confiada por Cristo aos Doze. Constitui uma espécie de estágio ou treino a prepará-los para a missão oficial que virá depois. Enquanto aquela foi restrita aos judeus, esta será universal: a todas as nações (Mt 28,19); para todo o mundo, toda a criação (Mc 16,15); até aos confins da terra (Act 1,8).

E, de certeza, que não estarão sós. Do alto receberão a força e os meios necessários para desempenhar a sua espinhosa mas apaixonante missão (Mc 16,20).

Porém a missão confiada aos Apóstolos estende-se igualmente a todos os membros da Igreja, a todos os fiéis. Os documentos conciliares, mormente a Constituição dogmática sobre a Igreja e o Decreto sobre o apostolado dos leigos, são assaz claros. E a Christifideles laici constantemente apela para a missão e responsabilidade dos fiéis leigos na Igreja e no mundo. Estarão os nossos cristãos conscientes desta obrigação? Quantos se acusam deste pecado de omissão?

Claro que a primeira e insubstituível forma de apostolado é o testemunho de vida cristã. O Santo Padre o recorda uma vez mais na Encíclica  (RM 42).

APRENDER A VIVER COMO VERDADEIROS CRISTÃOS

Escutemos estas palavras do Papa: Vós sabeis que a religião cristã exige três coisas fundamentais: a fé em tudo o que Jesus revelou e que a Igreja nos ensina; a vida na graça de Deus, praticando toda a lei moral; e por fim, o empenho na caridade para que o testemunho da vida torne acreditável a doutrina.

Trata-se no fundo, de viver como filhos de Deus e irmãos de todos os homens. Para tanto há que ter a coragem de ser diferente, de atuar de harmonia com a consciência retamente formada, sem medo de mostrar o que somos e o que pensamos. Pôr em ação a virtude da fortaleza como fez o profeta Amós (1ª Leitura), assumindo, em pleno, os nossos compromissos de batizados. O nosso Mestre é Jesus Cristo. E não queremos outro. Somos fiéis de Cristo.

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