15 de agosto de 2016 – Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Hoje foi elevada ao Céu a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe; Ela é figura da Igreja que um dia será glorificada; Ela é a Consolação e a Esperança do Povo de Deus ainda peregrino na terra.

«Alegremo-nos todos no Senhor e celebremos festivamente este dia em honra da Mãe do Céu: na sua Assunção alegram-se os Anjos e cantam louvores ao Filho de Deus» (Antífona de Entrada).

  1. «Todas as gerações Me hão-de proclamar ditosa» (Evangelho).

«A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (LG. 59; cf. proclamação do dogma da Assunção pelo Papa Pio XII, em 1950: DS 3903).

A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição de Seu Filho e uma antecipação da nossa própria ressurreição: com a sua Assunção aos céus Maria «não abandonará a sua missão salvadora mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna» (Catecismo da I. Católica, n.º 969). Ela cuida, com amor materno, de todos nós que, entre perigos e angústias, caminhamos ainda na terra, até chegarmos à Pátria bem-aventurada.

«A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro, assim também na terra brilha como sinal de esperança segura e de consolação para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor» (LG. 68).

Mãe dos redimidos, Ela é proclamada por todas as gerações que se acolhem constantemente à sua proteção, Ela é o Refúgio dos pecadores, a Consoladora dos aflitos, o conforto do Povo de Deus na luta quotidiana contra o «príncipe das trevas» (Jo 12, 31).

  1. «Apareceu no Céu um sinal grandioso» (1ª leitura).

O Corpo da Santíssima Virgem, transfigurado pela glória do Céu, é o grande sinal da Redenção do mundo; ao perder o sentido do pecado e ao esquecer a maléfica influência que ele tem nas realidades terrestres, perde-se em grande parte o sentido da Redenção e da sua acção salvífica, não só da alma mas também do corpo e das realidades sociais e do mundo. Maria, elevada ao Céu em corpo e alma, é o grande sinal de esperança: essa salvação, sobre a qual a humanidade se interroga, está já realizada em Maria por Deus. Pelo simples facto de Maria estar já no Céu, com a sua alma e com o seu corpo, ficam reduzidas a cinzas todas as formas de pessimismo absoluto. Como podemos desesperar das realidades terrestres, como podemos considerar a humanidade condenada à morte definitiva e à total corrupção, quando vemos Maria glorificada no Céu?!…

  1. «O Todo-Poderoso fez em Mim grandes coisas» (Evangelho).

Tudo é graça na vida de Maria: desde o primeiro instante da sua Conceição até à glória última da sua Assunção. Ela é feliz porque acreditou, abrindo-se desde o primeiro instante ao dom de Deus. A Assunção de Maria, ao mesmo tempo que aviva em nós a esperança, torna-nos também imunes contra toda a forma de presunção e contra a tentação de realizar por nossas próprias forças uma espécie de paraíso artificial. Quem não vê, ao contemplá-l’A, que o verdadeiro paraíso, aquele em que Ela entrou, não é obra do homem mas dom de Deus?

Esperamos para o homem e para a própria terra uma transformação última, uma assunção à glória de Cristo ressuscitado; porém, não esperamos essa transformação das simples possibilidades humanas: esperamo-la da graça divina, da bondade infinita de Deus e será como que a coroação de todas as suas dádivas. O poder de Deus exaltou Maria, glorificou o seu Corpo Imaculado – Ela é a mais perfeita de todas as criaturas, porque quis ser a mais pequena, Ela é a Raínha do Céu e da terra porque quis ser a humilde escrava do Senhor, Ela é a Virgem glorificada e a Mãe de Deus porque não buscou a sua fecundidade na vontade do homem nem nas forças da carne.

Neste mundo que quer bastar-se a si mesmo, Maria, no mistério da sua Assunção aos céus, intercede por nós e orienta os nossos corações para que, «inflamados no fogo da caridade, constantemente se dirijam para o Senhor» (Oração sobre os dons), Dador de todos os bens, e para alcançarmos com Ela a glória da Ressurreição.

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