13 de maio de 2015 – Nossa Senhora de Fátima

  1. Afonso Maria de Ligório ensina: É verdade que o santo sacrifício da Missa só pode ser oferecido a Deus. É oferecido em primeiro lugar para reconhecer o Seu soberano domínio sobre todas as coisas. Isto porém não impede, como ensina o Concilio de Trento, que se possa, ao mesmo tempo, oferecê-l’O para Lhe agradecer as graças concedidas aos Santos bem como à Sua divina Mãe a fim de que, fazendo memória deles, obtenhamos a sua intercessão junto de Deus.

 

A Virgem falou

Depois de elevada ao Céu Maria não abandona a sua missão mas, com sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos do seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem aventurada (L.G. N.º 62).

Estas palavras do Concílio ajudam-nos a compreender as intervenções miraculosas da Mãe do Céu em favor da humanidade, as quais se têm multiplicado nos últimos tempos mais do que em qualquer outro período da História. O Cardeal Billot, consagrado teólogo, chega a escrever que nada de semelhante se encontra depois da idade apostólica.

De que falou Nossa Senhora?

Os diálogos mantidos com a vidente Lúcia, interlocutora privilegiada em todas estas aparições, são assaz esclarecedores. Começa logo por falar do Céu: Sou do Céu, em resposta à primeira pergunta que a vidente Lhe faz. Aos três pastorinhos promete que os levará para o Céu. De algumas das amigas e companheiras suas, anuncia-lhes que estavam no Purgatório. A todos nós foram feitas advertências sérias do que nos pode acontecer se não observarmos os Mandamentos do Senhor. A todos foi prometida a salvação se escutarem as palavras da Mensagem. E pede para rezarmos e nos sacrificarmos por quantos incorrem no perigo de se condenarem eternamente.

Fátima fala-nos, portanto, do Além, dos Novíssimos, ou seja da última Boa Nova, dos mistérios que nos esperam depois da morte. Limita-se a repetir aquilo que Jesus nos ensina no Evangelho (Mt. 5, 22; Mc. 9, 43). Um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno (C.I.C. 1035).

A Evangelização, escreve Paulo VI, não pode deixar de comportar o caminho profético do Além, vocação profunda e definitiva do homem (E.N. n.º 28). Não podemos escamotear as verdades da Fé, mesmo aquelas que têm o seu lado duro e quase repugnante. Descreva-se o Céu e o Inferno com as cores que se quiser. O essencial é acreditar nestas verdades do Além e revigorar a Fé nelas.

 

Convite à conversão e à reparação

Toda a Mensagem de Fátima, tanto nas palavras do Anjo como nas de Nossa Senhora, nos adverte, numa urgência em crescendo, à conversão e à reparação pelos inumeráveis pecados do mundo. É um apelo à conversão constante de todos os dias: deixar o mal e fazer o bem, subir do menos bom para o mais perfeito.

As palavras da mensagem são o eco daquelas com que Jesus inicia a sua Vida Pública: Convertei-vos e acreditai no Evangelho (Mc. 1, 15). A conversão que Jesus exige é uma verdadeira viragem, uma passagem da morte para a vida, da servidão do pecado para o serviço de Deus e dos irmãos. É uma transformação radical que implica uma profunda e contínua mudança de mentalidade e comportamento para chegarmos à meta apontada por Jesus: Que tenhamos vida e a tenhamos em abundância (Jo. 10, 10).

Tudo isto requer, lembra João Paulo II, docilidade ao Espírito e forte decisão ara ir contra a corrente; um esforço contínuo para se medir e adequar às exigências evangélicas, traduzindo-as em estilo de vida.

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